Originárias da cultura milenar chinesa, as pipas até hoje são capazes de entreter crianças e muitos adultos em diversos lugares do mundo. A brincadeira é divertida, mas quando combinada com irresponsabilidade, acaba colocando milhares de vidas em risco. Nos referimos especificamente ao cerol e à linha chilena usados por muita gente para facilitar o corte de outras pipas. Não à toa, em dezembro de 2012, um grupo se reuniu para tentar dar um basta nessa situação, criando a campanha Cerol Mata, em função do crescente número de vítimas que o cerol tem feito também no trânsito.
Os relatos de casos envolvendo motociclistas acidentados por causa das linhas cortantes assustam. De acordo com os idealizadores da iniciativa, Léo Ferreira, Babo Senna, Oleglier de Andrade, Marcelo Cordeiro e Gilmar Arestides, apenas em dezembro de 2015, três condutores de moto morreram no Rio de Janeiro de forma brutal. Para mudar esse cenário, a campanha trabalha com a conscientização da população, principalmente de crianças, sobre os perigos do cerol e da linha chilena e tenta coibir o uso e a venda desses artifícios, tudo para preservar vidas de motoristas, pedestres e daqueles que “soltam” pipa.
Infelizmente, o mercado oferece algumas opções que ajudam a tornar a brincadeira perigosa, como o cerol de vidro, o de ferro (capaz de causar curto circuito quando entra em contato com a rede elétrica) e a linha chilena, considerada uma das mais perigosas e fatais. Além de reforçar os problemas que a prática pode causar, a campanha destaca que tanto o uso, como o porte, a venda e a fabricação desses produtos são considerados crimes.
A divulgação entre grupos e movimentos de motociclistas, bem como a participação em palestras, eventos, passeatas de condutores de motocicletas, audiências públicas e pressão por mudanças na legislação do estado do Rio de Janeiro, têm contribuído para a ampliação da campanha de conscientização. Atualmente, o grupo investe em um projeto de lei para que acidentes com cerol sejam discriminados em ocorrências da Polícia Civil, já que hoje os registros incluem todos os casos com material cortante nas mesmas estatísticas. Dessa forma, será possível saber com maior precisão quantos acidentes causados por cerol acontecem no Rio.
Um dos períodos mais críticos do uso do cerol são as férias escolares, principalmente nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, segundo a campanha. Nesse período, vale reforçar as dicas de prevenção de acidentes junto aos motociclistas, como o uso da antena estendida em motocicletas, utilização de capacete, luvas e calças. O mercado também lançou recentemente um protetor de pescoço, feito de neoprene com um sistema de proteção.
Diversão tem limites. Entre na onda da campanha Cerol Mata e participe da conscientização a favor das vidas!
Fonte: Viver Seguro no Trânsito / Blog Transitar
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