O juiz Marcelo Brêtas, da Justiça Federal do Rio, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal arquivos digitais com referências à presidente Dilma Roussef e ao senador Edison Lobão, do PMDB, como mostrou o Jornal Nacional. Os dois têm foro privilegiado e só podem ser investigados no STF.
A Polícia Federal apreendeu o material na casa do ex-presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, durante uma etapa da operação Lava Jato. Os arquivos e o relatório da PF foram enviados ao ministro Teori Zavascki.
O ex-presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, prestou depoimento na sexta-feira (29) na 7ª Vara Criminal Federal do Rio. Na Operação Lava Jato, ele foi preso por suspeita de receber propina por obras da Usina Nuclear de Angra 3.
No depoimento, o ex-presidente da Eletronuclear admitiu que usou contratos de fachada feitos com empresas de amigos para receber dinheiro da construtora Andrade Gutierrez, mas negou que fosse propina.
Othon Luiz Pinheiro da Silva contou que, em 2004, antes de ser presidente da estatal, tinha feito um estudo, justamente para a construtora, sobre a viabilidade de Angra 3. Ele disse que receberia R$ 3 milhões se a obra saísse do papel.
Othon disse que não tem como apresentar um contrato com a Andrade Gutierrez porque o negócio foi feito de boca. A obra, que estava parada há mais de 20 anos, foi retomada em 2005, ano em que ele assumiu a presidência da Eletronuclear. A partir daí, passou a receber os pagamentos pelo estudo.
O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal do Rio, perguntou se ele não via conflito nisso. Othon disse que não porque era dinheiro de um trabalho realizado e que não havia ligação com o cargo de presidente.
Fonte: G1
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